quarta-feira, 16 de setembro de 2009

.Clarice Lispector

Queria poder continuar a vê-lo, mas sem precisar tão violentamente dele.


Ela, ao se sentir protegida por ele, passara a ter receio de perder a proteção - embora ela mesma não soubesse ao certo que idéia fazia de "ser protegida": teria, por acaso, o desejo infantil de ter tudo, mas sem a ansiedade de dever dar algo em troca? Proteção seria presença?


Era como se ele quisesse que ela aprendesse a andar com as próprias pernas e só então, preparada para a liberdade (...) ela fosse dele.



sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Simples

¨...Eu só pareço forte. Qualquer vento racha minha casca, qualquer coisa me fere. Uma palavra dita sem pensar, um convite recusado, uma desculpa usada exaustivamente. Eu sou fraca. Tropeço nas palavras, me iludo com meus próprios sentimentos. Me sinto só mesmo rodeada de amigos. Eu esqueço, e qualquer coisa me faz lembrar e sentir de novo aquela dor. Eu achei que era forte, eu juro. Mas nestes dias que têm passado eu vejo como eu sou frágil e como eu preciso que alguém cuide de mim. Alguém com mãos fortes pra me segurar quando eu quiser partir. Alguém mais decido pra quando eu não souber pra onde ir. Alguém que me aponte a direção e não confunda ainda mais o meu caminho. Alguém que venha me ajudar a arrumar a bagunça da minha vida, que venha pra mudar meus hábitos, me fazer sonhar de novo...¨

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

.

¨Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão.¨

Caio Fernando Abreu

 
TOPO
©2007 Elke di Barros Por Templates e Acessorios